Author: Luke Sholl
About the author
A picture of Luke Sholl
Com mais de uma década de experiência escrevendo sobre CBD e canabinoides, Luke é um jornalista consagrado e escritor-chefe para a Cibdol e outras publicações sobre canabinoides. Comprometido com os fatos, sua fascinação pelo CBD também engloba fitness, nutrição e prevenção de doenças.
Read more.

Como Funciona O Sistema Endocanabinoide?

Como Funciona O Sistema Endocanabinoide?

O sistema endocanabinoide é um sistema regulatório conectado com os órgãos principais, sistemas nervosos e imunitários e áreas do cérebro. O SE tem um papel primordial na maioria das funções fisiológicas. Os cientistas continuam a desvendar que a sua manutenção é essencial para a homeostase, a habilidade do corpo em manter um estado de equilíbrio interno. Antes de nos tornarmos muito técnicos, vamos começar com o como e quando foi descoberto o SE.

A descoberta do sistema endocanabinoide (SE)

Quando o assunto é compreender como funciona o corpo humano, geralmente o "sistema" é descoberto antes dos recetores e químicos que o acionam. No caso do sistema endocanabinoide, aconteceu o oposto. Em 1990, os cientistas descobriram e isolaram o recetor CB1 e, alguns anos depois, descobriram o recetor CB2.

Mais ou menos na mesma altura em que os recetores CB2 foram identificados, investigadores americanos a trabalhar em Jerusalém descobriram o endocanabinoide anandamida. Cada descoberta foi um passo para chegar à elucidação sobre o sistema relacionado com todos os componentes mencionados anteriormente, o sistema endocanabinoide. Em busca de mais endocanabinoides, os cientistas finalmente descobriram o SE, um sistema capaz de monitorizar a sinalização molecular através do corpo.

Embora tenha levado tempo para estudar mais a fundo o porquê desses recetores e químicos existirem, a nossa compreensão do SE cresceu significativamente nos últimos anos. Tanto que se acredita que o SE é vital no apoio à habilidade do corpo para equilibrar as suas funções internas. Estudos[1] preliminares apontaram que deficiências em níveis de endocanabinoides são precursoras de várias doenças debilitantes.

Os canabinoides sintéticos, fitocanabinoides e endocanabinoides influenciam o SE

O SE é simples na sua forma de operar. Enquanto monitoriza os sistemas internos do corpo, ele facilita a secreção de endocanabinoides se detetar um desequilíbrio. Esses endocanabinoides conectam-se a recetores espalhados pelo corpo, acionando uma série de funções biológicas. Muitos fatores contribuem para a efetividade do nosso SE, mas uma consideração significativa é a produção ou suplementação dos compostos químicos necessários para se conectar a recetores.

Já mencionámos o endocanabinoide anandamida que, juntamente com outros químicos produzidos internamente, é especificamente desenhado para interagir com o SE. Mas não são apenas estes recetores que se podem ligar ao SE. Os fitocanabinoides (canabinoides derivados de plantas) possuem uma estrutura molecular similar aos endocanabinoides, mas existem fora do corpo. A planta de cânhamo é uma das várias espécimes que contém uma abundância de fitocanabinoides como o CBD, CBC e CBG. Ao serem consumidos, podem acionar reações via recetores CB1 e CB2.

Finalmente, temos os canabinoides sintéticos. Trata-se de compostos feitos artificialmente que replicam a estrutura molecular dos fitocanabinoides e endocanabinoides. Os canabinoides sintéticos foram especificamente criados para atingir certos recetores. Eles são geralmente opressivos para o corpo e podem levar a vários efeitos secundários em alguns casos.

Como Funciona O Sistema Endocanabinoide?

Dois tipos de recetores ligados ao SE

Já conhecemos o sistema e os químicos necessários para acionar uma reação, agora precisamos de uma forma de conetar os dois. Isto é alcançado através dos recetores CB1 e CB2 mencionados previamente. O nome de cada recetor correlaciona-se com o tipo de químico a que ele se pode ligar. Fitocanabinoides como o THC têm preferência pelo CB1, enquanto o CBD mostra uma afinidade maior com recetores CB2, entre outros. Nestes cenários, o recetor canabinoide envia um sinal a partes do corpo onde está presente, acionando as suas células afiliadas.

A maioria dos recetores CB1 são encontrados em áreas do cérebro ligadas ao humor, emoção e apetite, enquanto os recetores CB2 são localizados nos nossos sistemas nervoso central e imunitário. Há áreas onde ambos os recetores podem estar presentes, como o nosso trato intestinal, mas, nesse caso, cada recetor é responsável por acionar uma função diferente.

Ambos os recetores CB1 e CB2 estão presentes no corpo

Não estávamos a brincar quando dissemos que os recetores podem ser encontrados em virtualmente todas as partes do corpo humano. Abaixo está uma lista de algumas, mas não todas, as áreas onde os recetores CB1 e CB2 podem ser encontrados.

• CB1: cérebro, pulmões, sistema vascular, músculos, trato intestinal, órgãos reprodutivos e fígado

• CB2: pele, ossos, baço, sistema imunitário, pâncreas e tronco cerebral

É importante notar que estas são apenas as áreas do corpo onde os cientistas conseguiram mapear os recetores. Estão[2] ainda a decorrer estudos sobre o SE e, portanto, novas descobertas acontecem a todo o momento - não há como escapar da influência do SE.

O SE utiliza um princípio de chave e fechadura

Naturalmente, deve presumir que é necessário um processo complicado para o corpo saber que químico deveria ligar-se a que recetor. Mas a resposta é mais simples. Todos os compostos químicos, seja um fitocanabinoide ou endocanabinoide, têm um perfil ou formato particular. Isto garante que apenas certos componentes possam interagir com o tipo certo de recetor. Da mesma forma que apenas a sua chave irá abrir a porta de casa, o CBD apenas vai interagir com recetores específicos encontrados no sistema digestivo, por exemplo. Neste exemplo, o CBD tem um formato que encaixa na fechadura do recetor. É possível que outros tipos de canabinoides se encaixem na mesma fechadura, mas eles precisam de ter uma estrutura química similar.

Exemplos da influência do SE crescem a cada dia

Tendo analisado o básico sobre o SE, resta detalhar o que acontece quando se destrava um recetor. Estes exemplos não são exclusivos, dado que os estudos estão em andamento. Porém, o que os estudos mostram até ao momento é que os efeitos do SE se estendem à:

• Memória
• Apetite
• Equilíbrio de energia
• Metabolismo
• Stresse (incluindo a regulação da ansiedade)
• Função imunitária
• Sono
• Exercício
• Reprodução feminina

Ainda estamos longe de entender completamente o potencial do SE. Ele pode não só ser usado para promover reações biológicas favoráveis, como também bloqueia recetores, sendo possível limitar funções específicas. Isto pode ter conotações negativas, como no caso de certos canabinoides sintéticos. Até ao momento, o que compreendemos mostra que o consumo de canabinoides produzidos naturalmente é a melhor forma de promover reações benéficas do nosso SE.

Fontes

[1] Russo, E. B. (2016). Clinical Endocannabinoid Deficiency Reconsidered: Current Research Supports the Theory in Migraine, Fibromyalgia, Irritable Bowel, and Other Treatment-Resistant Syndromes. NCBI. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5576607/ [Fonte]

[2] Zou, S., & Kumar, U. (2018). Cannabinoid Receptors and the Endocannabinoid System: Signaling and Function in the Central Nervous System. NCBI. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5877694/ [Fonte]

De que produto eu preciso?
As Seen On: